terça-feira, 14 de setembro de 2010

Uma outra maneira de ver os chakras

Sempre ouvimos que os chakras deveriam ser visualizados ou sentidos. Como não conseguimos vê-los ou senti-los em toda a complexidade que é apresentada pelo Tantra, propomos interpretá-los de uma maneira diferente. Sugerimos, neste artigo, apenas pensarmos sobre os chakras. Acreditamos que o caminho à iluminação proposto pela prática tântrica pode ser pensada como uma simbologia da nossa própria trajetória de vida e da nossa busca pessoal pela espiritualidade, ou melhor, pela liberação. De acordo com o Vedanta, independentemente de etnia, nacionalidade ou crença, são quatro as buscas dos seres humanos: artha (segurança), kama (prazer), dharma (o correto agir) e moksha (a liberdade).

Muladhara e a segurança
A primeira preocupação do ser humano é com a sua segurança. Todas as nossas ações básicas têm como objetivo nos trazer a preservação da vida. O primeiro chakra, muladhara, é dito ser responsável pelo instinto de sobrevivência, pelo apego às coisas materiais e pelo medo. Ou seja, podemos entender o primeiro chakra e os 'bloqueios' relacionados a ele como esse nosso anseio natural por segurança. Dentro do caminho em busca da liberdade é necessário trabalhar as emoções e sentimentos relacionados e esse primeiro chakra.

É dito que as tendências do muladhara chakra em desequilíbrio seriam a inércia, posse, medo, apego, rigidez, cobiça, avidez, bloqueio na comunicação, tendência de ser manipulado, credulidade, dificuldade em dar e receber, possessividade. Algumas destas tendências são citadas por Patanjali como obstáculos para permanecermos na nossa verdadeira natureza. Da mesma forma, se observarmos as qualidades ditas sobre esse mesmo chakra quando ele esta equilibrado: sobrevivência, solidez, autoconfiança, materialidade, boa comunicação, relação sadia com a matéria, capacidade de transcender limites, discernimento, estas são citadas em vários textos, inclusive no Yoga sutra, como as qualidades sugeridas para o aspirante a moksha. (continua...)


Ricardo Freitas e Tales Nunes.
www.yoga.pro.br - 27/05/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário