quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Monja Coen - a mulher nos jardins de Buda

"O que faz certos seres partirem tão cedo em busca da própria vida e outros passarem uma vida inteira com medo de si mesmos? Uns andam com ou sem pernas, rumam se esfolando por caminhos afora, por estradas largas ou vielas escuras. Outros se procuram em espelhos humanos, sua vida em outras mãos, as pernas atrofiadas por falta de uso. É árdua a construção do equilíbrio, é um bater efêmero de asas. Porém, em algum ponto preciso da existência, a aurora do dia e a do eu podem acontecer simultaneamente." (pág. 120)

"Porque, assim como não se escuta o som do coração partindo, não se percebe o momento em que uma parte de nós sai de cena. Impossível! Mas é assim que acontece, pois somos uma legião. Somos muitos seres em um só, muitos atores em busca do bom personagem para nos habitar. A única permanência é a alma, ou seja, o que nos anima a seguir em frente. Se ela entra no outro que surge em nós mesmos, a vida terá novo ciclo de aventuras e possibilidades. Porém, se gruda num dos atores, tudo é devastação, sina a ser carregada."(pág. 140)

trechos do livro: Monja Coen - a mulher nos jardins de Buda. Neusa C. Steiner. Mescla Editorial.

sábado, 11 de dezembro de 2010

De Mudança

Hoje completo 29 anos. Tempos atrás, o Dilson, editor da Sorria, escreveu aqui que aniversários são como um Ano-Novo particular. É a minha definição preferida: um tempo de balanço. De pesar o que passou, o que há, o que está por vir. Dias de inferno astral pra rever as mudanças vencidas e escolher as próximas a enfrentar. Só então, vêm os fogos, daí sim merecidos.
Neste ano, não fiz festa. Dias antes, ao montar a minha lista de feitos e por fazer, fiquei mal. (...)
(...) fiquei desolada ao ver que a tabela do que falta é quase a mesma dos anos anteriores. Desejos e promessas que, passa o tempo, eu não cumpro. (...)
(...) São miudezas e pendências como sair cedo do trabalho, visitar mais minha família, praticar um esporte religiosamente, conviver mais com os amigos. Tudo simples, cotidiano, quase bobo. Por isso mesmo - porque só depende de mim - tão difíceis de mudar. (...)
(...) Vou dizer: o que eu queria de verdade hoje era comemorar não as conquistas, mas meus limites. Pra abandonar essa angústia de achar que não ser tudo aquilo, não realizar todas aquelas coisas, é um sinal de fracasso. Pensando bem, talvez a  maior mudança que eu precise fazer em mim mesma seja a do olhar.
Daí, quem sabe, consigo entender, sem frustração, que há mudanças impossíveis. Outras têm seu próprio tempo: não cabem agora, mas um dia acontecerão. E há muitas para as quais o desejo é só um pequeno começo: é preciso muito mais esforço e paciência, e ainda assim talvez não funcione de saída. E tudo bem. Dá pra tentar de novo mais ali na frente, de outro jeito. De qualquer forma, nenhuma mudança ou resignação acontece de uma vez só, nem termina em si mesma: manter é tão ou mais difícil quanto começar.

trecho de texto retirado da revista Sorria  nr. 16 - out/nov 2010 de autoria de Roberta Faria.


FELIZ NATAL E FELIZ 2011!!!
MUITO OBRIGADA A TODOS POR NOS ACOMPANHAREM NESSA CAMINHADA!
QUE ESTEJAMOS TODOS EM PAZ, PAZ, PAZ!
NAMASTÊ
Adriana, Karlla e Jucirema.