domingo, 8 de julho de 2012

Ser aluno de Yoga por Karla Rizzon


Fui à minha primeira aula de Yoga porque já tinha lido que Yoga não era só uma prática física, os ásanas, mas também uma filosofia de vida, uma busca espiritual. É claro que, como a maioria dos novatos, a minha preocupação nas primeiras aulas foi tentar seguir as instruções do professor, completamente focada no externo, o que me fez esquecer do motivo que me levou à prática.

 Além do mais, a minha concentração nas instruções (o que não é o meu forte) teve que ser ainda maior, porque a aula estava sendo ministrada em inglês. Como tenho uma flexibilidade razoável, depois de algumas aulas já estava fazendo algumas poses com tranqüilidade, mas é claro que sem nenhuma preocupação com a respiração ou com a consciência de que essa prática poderia ser um caminho para a minha busca interior. Não vou culpar o professor, porque, provavelmente, ele deve ter pedido muitas vezes para que respirássemos, deve ter feito comentários sobre estar presente, mas eu, completamente absorvida na tentativa de segurar a minha mão no maricyasana b (postura de torção) como a colega do tapetinho ao lado estava fazendo, não ouvia nada.

 Rapidamente, eu tratei de achar um professor que correspondesse às minhas expectativas, ou seja, que alimentasse o meu ego dizendo que eu conseguiria pôr o meu pé atrás da cabeça, embora eu segurasse a minha respiração como se estivesse treinando mergulho. Mais tarde, vim a saber que o instrutor só tinha dois anos de prática. Como ele também conseguiu pôr o pé atrás da cabeça rapidamente, acreditou que estava pronto para ensinar. As aulas dele, apesar das velas, das músicas, do suor, eram muito mais aulas de ginástica do que de Yoga. Mas o meu ponto aqui não é criticar o meu ex-instrutor. Acho que ele estava na própria busca pessoal no mundo do Yoga.

 Porém, considero que o meu real encontro com o Yoga, depois de passar por diferentes tipos de aulas, foi quando encontrei um professor de Astanga (não vem ao caso o estilo) que me fez parar em samasthitih (postura da montanha, em pé) e respirar. No início, o meu corpo pedia pelo movimento, pelo esforço, mas aos poucos se aquietou, percebendo que saudação ao sol (surya namaskara) era um verdadeiro ritual de integração do ser com o universo e que tinha que ser feito a partir de dentro, do coração. Daquele momento em diante os meus colegas de classe, que antes eram tão visíveis, tão presentes, desapareceram, e o que me importava era a minha própria prática, a minha experiência com o Yoga. Cada ásana passou a representar um encontro com o meu corpo e a minha alma. E por incrível que pareça, posturas que eu conseguia fazer, logo que comecei a praticar, há quase dois anos, eu não faço hoje. Não faço porque não estou pronta, porque não pratico diariamente, porque ouço o meu corpo e ele não está preparado. E o meu professor sabe disso. Estou tentando praticar aparigraha em relação a minha prática, ou seja, não ficar apegada ao progresso, mas deixá-lo vir espontaneamente. Nem sempre isso é fácil.

Hoje, escuto o que o professor fala, as reflexões que faz enquanto ensina. Sigo as instruções para tentar estar presente, ficar como testemunha, respirar cada ásana. Entendi quando ele disse que eu preciso praticar os nyamas (código de ética), que as posturas são apenas uma parte do Yoga, um instrumento. Passei a buscar bibliografias, sites na internet.

 Mas com essa consciência comecei, também, a observar melhor os meus professores, passei a procurar um mestre. Ás vezes, vou a aulas diferentes. Percebi a seriedade de ser um professor e vi que criei expectativas e que as opiniões deles passaram a ser muito importantes. Algumas aulas que eu experimentei e não voltei foram porque o professor ou professora não falaram para o meu coração. Percebi que, hoje, já não me interessa se o professor consegue fazer todos os movimentos avançados. É claro que é lindo ver um ásana bem feito. Mas, o importante para mim, como aluna, é que eles demonstrem viver o caminho do Yoga nas próprias vidas. Como citou a professora Camila Reitz: “para ser um guia espiritual que mostra o caminho para o auto-conhecimento, é necessário ter andado por este caminho”. Porém, humildemente, ela diz que seria melhor ser chamada de instrutora, “porque conhece e necessita de companhia para caminhá-lo”. Mas ela tem 15 anos de prática!

Bem, talvez, como aluna, eu precisei diminuir as minhas expectativas e os meus julgamentos. Como diz o ditado: “o mestre aparece quando o aluno está pronto”.

 Karlla Rizzon mora nos EUA, é jornalista e estudante de Yoga.

karalarizzon@ yahoo.com.br

domingo, 1 de julho de 2012

PROMOÇÃO DE INVERNO - Shanti Shala Yoga

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O Homem Global

"O homem global é formado por corpo, mente, espírito e emoção. Parece até coisa sabida, praticada, mas não é! Vive-se parcialmente. Alguns esquecem do corpo e vivem no templo da mente e por ela buscam aproximar-se do espírito. Mas o corpo esquecido cobra-lhes sustentação e bem estar, a disposição, o ar fresco pleno nos pulmões.
Falta-lhes o sangue forte e vivo correndo nas veias. Então, suas mentes agonizam e seus espíritos se apagam como a luz noturna do farol da vida".

Nuno Cobra Ribeiro - A semente da vitória