quarta-feira, 7 de março de 2012

Essa tal felicidade...


Aquilo que você procura
está em casa mesmo:

e, no entanto, você vaga de floresta em floresta

cheio de pesar...

KABIR
            Será que nós conseguimos aquilo que queremos da vida? Existe amor suficiente na nossa vida? Será que estamos nos transformando em bons seres humanos? Nós nos sentimos conectados às pessoas ou nos sentimos isolados e com medo? Sejam quais forem as respostas a essas perguntas, a questão em torno da qual tudo gira é a seguinte: será que nós realmente acreditamos em um caminho a ser seguido que vai nos trazer mudança? Se ele não existir, então estamos empacados neste lugar. Como uma pessoa pobre que mora em uma cabana construída em cima de um tesouro enterrado, nós nos limitamos por aquilo que acreditamos a respeito de nós mesmos.

            Nossos sistemas de crenças podem mudar de duas maneiras. A primeira é quando entramos em contato com algo ou alguém que parece ter o que estamos procurando. Nós recebemos um impulso daquela pessoa ou coisa e então podemos começar a procurar. A outra maneira é quando nossa infelicidade se torna tão pesada que já não conseguimos aguentar a dor. Algo precisa ser feito. Isso nos força a sair da prisão das nossas próprias crenças para procurar um meio de apagar o fogo.

            Certa vez, uma revista de música veio me entrevistar. O repórter me perguntou o que eu achava dos grandes astros do rock que estavam fazendo ioga e meditação – seria só moda? Eu respondi: “Não. É exatamente o contrário. Eles são os reis e as rainhas deste mundo. Eles têm o poder de satisfazer seus desejos a um ponto que está além dos nossos sonhos mais malucos. Se estão fazendo ioga, cantando mantras e meditando, é porque chegaram ao limite da satisfação de seus desejos e viveram a experiência direta de que isso não basta”. Essa é a verdadeira sabedoria. Esses astros do rock foram até o limite e, para alguns deles, a verdadeira sabedoria nasceu. Eu acho isso extraordinário.
trecho do livro Cantar para Viver de Krishna Das. ed. Realejo

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